sexta-feira, 30 de setembro de 2016

COMO RECUPERAR A GLÓRIA PERDIDA?


“Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos. Porque a transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniquidade não há de ser descoberta, nem detestada. As palavras de sua boca são malícia e dolo; abjurou o discernimento e a prática do bem. No seu leito, maquina a perversidade, detém-se em caminho que não é bom, não se despega do mal”. Salmos 36.1-4 ARA

A glória de Deus tornou-se distante, afastou-se de nós por causa de nossos pecados. Deus chama de “ímpio” o sujeito desta passagem. A palavra hebraica designada é “rasha” (perverso, criminoso; perverso no sentido de hostil a Deus, no sentido de culpado de pecado) a grega é “asebes” (destituído de temor de Deus, que condena a Deus). Na nossa língua é aquele que não tem fé, descrente, ateu. A Bíblia nos diz: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. (Rm.3.23 ARC). Se queremos obter a glória de Deus, temos que reconhecer que esta glória foi perdida. Depois do afastamento da glória de Deus, ele, o criador de todas as coisas, não cessou por inteiro de revelá-la para nós. O profeta Isaías anunciou a sua manifestação novamente: “A glória do SENHOR se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do SENHOR o disse”. (Is.40.5 ARA). Onde Jesus Cristo tornou-se a condução dela para nossas vidas: “Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade”. (Jo.1.14 NVI). Essa “glória” significa: honra, glorioso, abundância. É tradução da palavra hebraica “kabod” (do Antigo Testamento hebraico) e da palavra grega “doxa” (do Novo Testamento grego), que o significado mais próximo do contexto é “a mais gloriosa condição, estado de exaltação”. Na versão grega do Antigo Testamento usa essa palavra também (a LXX). Todavia, uma vez sabendo disso, como tenho esta glória de Deus em minha vida de volta?

O texto de Salmos que citamos no início é a dica de Deus para nossa pergunta. Vejamos:

1) Destronando o “eu” do coração.
“Há no coração do ímpio a voz da transgressão…”. 

Um coração onde há voz de rebelião, esse coração representa o nosso “eu”. E é nesse lugar onde Deus deve ser o Senhor. Quando o nosso “eu” senta no trono de nosso coração o que repercuti é a rebelião contra Deus. Entretanto, quando Deus é entronizado em nosso coração, a vontade humana fica dirigida por Deus, resultando em obediência a Deus e prática do bem. Para isso o “eu” tem que sair do trono de nosso coração. Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores…”. (Mt.6.24 ARA). Sem isso, não há como ter a glória de Deus em nossas vidas. Uma vez sendo desocupado o trono do coração, Deus assume o controle e aí ele reina com sua glória. A Bíblia diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo”. (Ap.3.20 ARA). Caro amigo, renuncie o coração ímpio e receba Jesus em sua vida, ele é a glória de Deus vinda até nós.

2) Resgatando o temor a Deus.
“… não há temor de Deus diante de seus olhos”.

Quanto tempo faz que você antes de errar, de fazer o que é errado, bate em seu coração o temor a Deus ao ponto de lhe impedir de cometer o erro? A volta do temor a Deus é uma busca que nos leva para perto da glória de Deus. Na Bíblia está escrito: “O temor do SENHOR é fonte de vida para evitar os laços da morte”. (Pv.14.27 ARA). E o que é o temor do Senhor? “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria…” (Pv.9.10 ARA). E consiste em o quê? “O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho …”. (Pv.9.10 ARA). Tudo que o ímpio enxerga é o erro, sair dos propósitos de Deus, descumprir o objetivo no qual foi criado. E isso ofusca o brilho da glória de Deus em sua vida. Nós vimos acima que a sabedoria tem o início no temor a Deus. Então ele fica e mercê do Diabo, e este cega-lhe o entendimento: “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. (2Co.4.4). Observe no texto que o Diabo é chamado de “deus deste século”, isto é, desta geração, logo vem a consequência: a luz do evangelho da glória de Cristo não resplandece sobre eles. Tudo porque não há o temor de Deus. Esse é o ímpio (como já falei na introdução). Sendo assim o Diabo torna-se seu ídolo. A falta do temor impede de ver a glória de Deus. O que você tem que fazer é renunciar os olhos da impiedade. Por isso enxerga tudo errado. Na Bíblia hebraica em português diz: “… seus olhos não refletem o temor de Deus”. (Sl.36.2b BH). A porta de entrada de Jesus em nossa vida, que é a glória de Deus, é o temor de Deus. O temor é o início.

3) Deixando de si enganar com o erro.
“Porque a transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniquidade não há de ser descoberta, nem detestada”.

O ímpio é como uma pessoa que não estuda para a prova e ainda quando chega a hora da prova, acha que vai se dar bem. Tolo! A soberba cega ele, e pensa que o seu erro não será descoberto, nem reprovado. Então cairá diante de Deus quando for julgado, o profeta bíblico adverte: “Então, tropeçará o soberbo, e cairá, e ninguém haverá que o levante…”. (Jr.50.32 ARA). Adão e Eva deixaram-se enganar pelo erro e por isso foram afastados da glória de Deus. A Bíblia diz sobre o que Deus fez com Adão depois disto: “Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden…” (Gn.3.23 NVI). O erro é a transgressão da lei divina, comumente constado nas traduções da Bíblia como “pecado”, dele se diz: “Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei”. (1 Jo.3.4 NVI). E o erro sempre foi enganoso, desde a primeira transgressão como já vimos aqui. Portanto, não se engane. O erro (o pecado, a desobediência a lei divina) trouxe o distanciamento do homem de seu criador e consequente da sua glória e jamais será tolerado por Deus. Ele colocou sobre Jesus todos os nossos pecados e permitiu a sua condenação para nos mostrar que o erro não pode ficar impune e por meio de Jesus trazer o perdão aos que, pela fé, se entregam a ele. A Bíblia nos diz: “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados”. (1Pe.2.14 ARA). “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus…”. (1Pe.3.18 ARA). “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados”. (1Jo.4.10 ARA).

4) Enchendo o coração da Palavra de Deus.
“As palavras de sua boca são malícia e dolo; abjurou o discernimento e a prática do bem”. 

Observe como é o coração do ímpio, pois a sua boca testifica: “… pois a boca fala do que o coração tem em grande quantidade”. (Lc.6.45 AXXI). Ele abjurou, isto é, recusou, rejeitou, o discernimento e a prática do bem. Nota-se que a palavra “abjurar” quer dizer em nosso idioma primeiramente renunciar publicamente a religião, crença, etc. Isso o distancia cada vez mais da glória de Deus, do próprio Deus. Para mudar isso é necessário que faça como o rei Davi: “Guardei a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti”. (Sl.119.11 AXXI). E essa palavra (a Bíblia) o levará a ser prudente, a crer em Deus e a fazer o bem. O apóstolo Paulo fala: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. (Rm.10.17 ARC). Assim, ouvindo a palavra de Deus, a fé brotará em seu coração, e essa fé o levará a crer em Jesus, a glória de Deus que se fez habitar entre nós. Nisto a glória de Deus retornará a sua vida.

5) Pensando nas coisas de cima.
“No seu leito, maquina a perversidade, detém-se em caminho que não é bom, não se despega do mal.” (Sl.36.4 ARA).

O ímpio não pensa em outra coisa a não ser em fazer o mal, em errar, em transgredir a lei divina. E esse tipo de comportamento afasta a glória de Deus de sua vida. O que reina é a decadência do pecado. E essa decadência o distancia da glória de Deus. O que leva o ímpio a pensar nas coisas do céu, de Deus, do alto, a não ser quando ele se converte? Veja o que a Bíblia diz: “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória”. (Cl.3.2-4 ARA). Paulo fala aqui aos convertidos, ele diz “porque morrestes”, é óbvio que esta morte é uma metáfora da renúncia, do destronar do “eu” que pontuei no primeiro tópico. Só o convertido, o que “morreu”, pensa nas coisas do céu, de Deus, do alto. E esse “pensar” trás opinião positiva sobre Deus, que resulta em louvor, honra e glória. Uma das definições da palavra grega “doxa”, de onde traduzimos “glória” no Novo Testamento e no Antigo Testamento grego (a LXX). Então, converta-se do caminho que não é bom, se afaste do mal, pratique o bem, que a glória de Deus virá sobre ti.

“Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda;” (Isaías 58:6-8 ARA)

“Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.” (Is.55.6-7 ARA)