Texto central: Apocalipse 4.1-11
Precisamos mais do que nunca dessa visão em nossas vidas. Atualmente, com toda a sedução de secularismo (proposta de vida mundana sem que necessite de Deus). Tá com problema emocional? Te oferecem a psicologia; tá desmotivado ou com dificuldades no viver? Te oferecem auto-ajuda; tá com necessidade espiritual? Te oferecem o ocultismo; tem dúvidas sobre a tua existência? A ciência e razão dão as explicações; quer saber mais sobre a vida? Te oferecem a filosofia; tá precisando de dinheiro? Te oferecem um empréstimo; tá sentido um vazio na alma? Te oferecem o consumo e o entretenimento. Tá doente? Te oferecem um médico. O secularismo te propõe suprir todas as necessidades humanas sem que se precise de Deus.
Também com toda a sedução do pós-modernismo, pensamento da sociedade pautado no humanismo (o homem é o centro de tudo), pluralismo (todas as crenças são aceitas e se entrelaçam), relativismo (não há uma única verdade, mas várias verdades. Não existem absolutos. Tudo é relativo).
Isso tudo tem levado a humanidade a perca do foco em Deus, da verdade de Deus (que é Jesus), trazendo o homem para o centro, para o trono. E como a igreja se encontra inserida nessa sociedade, o assédio é muito grande. Portanto, a maior necessidade da igreja hoje é ter uma visão do trono de Deus.
O apóstolo João nos trás lições preciosas para que tenhamos uma visão do trono de Deus. Para que venhamos a resgatar o foco em Deus, em Jesus. Desejo ser bem direto nessa mensagem, para que você entenda e não fiquemos andando em círculos aqui. Então, vejamos:
1) Temos que sair do natural para o espiritual
No texto central encontramos: “olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui” (v.1b). Observe que João viu uma porta aberta no céu. Temos livre acesso a partir da cruz a estarmos na presença de Deus. O véu do templo foi rasgado. O caminho para uma vida espiritual foi aberto por Jesus. E sempre a voz celestial estará ecoando em nossos corações convidando-nos a sair do terreno, do natural para nos encontrarmos com Deus. A voz celestial diz: “Sobe para aqui”.
O apóstolo Paulo disse: “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra”. (Cl.3.2). E também disse: “e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus”. (Ef.2.5-7).
Para que tenhamos uma visão do trono de Deus é necessário frearmos o estilo de vida que a sociedade pós-moderna nos impõe. Tem que haver um momento onde não haja entretenimentos (internet, TV, passeios, lazer), trabalho, contas a pagar, estudos da faculdade ou escola, afazeres domésticos e só haja uma coisa: contemplar, meditar em Deus, estar com Deus, com a sua Palavra.
2) Temos que centralizar nossa vida em Deus como rei e soberano do universo
No texto central vemos: “Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda. Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro.”. (v.2-4). Deus é a maior preciosidade de nossas vidas. João compara o brilho da glória de Deus e sua presença a pedras preciosas como jaspe, sardônio e esmeralda. Essas jóias são expressões de riqueza, poder, glória, grandeza, fortuna. Tudo o que temos de precioso nessa vida tem que ser menor do que Deus. Toda glória, riqueza e poder deve estar em Deus e jamais focada em nós. É ele que tem de estar assentado no trono central da vida do povo de Deus. Note que os vinte e quatro anciãos (que representam os fiéis do AT e NT) estão assentados a redor do trono de Deus.
Os cristãos dos três primeiros séculos depois de Cristo foram mortos e se tornaram o grande exemplo de fé e heroísmo do cristianismo por que colocaram Deus no centro de suas vidas.
Para que o trono de Deus seja contemplado ele tem tomar o primeiro lugar em nossas vidas. Ele tem que ser o Senhor de nossas vidas. Tem que ter a primazia. As demais coisas de nossas vidas têm vir depois de Deus: família, trabalho, bens materiais, entretenimento, etc.
3) Temos que nos esvaziar de toda a nossa prepotência, arrogância, soberba e orgulho humano.
No texto central registra anjos poderosíssimos: “e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro ser vivente é semelhante ao leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando. E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”. (v.6b-8).
Observemos as descrições desses seres: Leão – rei dos animais. O bicho mais poderoso da selva. Não existe animal mais forte do que o leão. Esse anjo trás a onipotência divina. Não que ele seja onipotente, mas Deus delega a ele sua onipotência. Novilho – um animal frágil, humilde. Esse anjo trás a expressão máxima do quebrantamento e da humilhação. Homem – a maior expressão da criação divina. O único ser que foi feito a imagem e semelhança de Deus. Esse anjo trás figura humana, responsável pelas teofanias (manifestações divinas em forma humana). Águia, ave veloz e de grande visão da terra e dos que se move sobre a terra. Esse anjo reúne toda a visão das coisas, da vida, de tudo. E mais, esses quatro seres angelicais e celestiais estão cheios de olhos, ao redor e por dentro. Uma clara expressão da onisciência divina. Não que eles sejam oniscientes, mas Deus concede a eles o saber de tudo que se passa e acontece no universo. Nada foge a percepção desses seres. Eles foram vistos também pelos profetas: Isaías (6.1-8) e Ezequiel (1.4-14).
Agora vem a grande lição para nós meros mortais que achamos que somos alguma coisa na criação de Deus. Eles contemplam aquele que está assentado no trono, concluem e dizem: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”. E não tem descanso, fazem isso de dia e de noite. E ainda, no verso 9,10 relata que quando esses seres fazem isso os vinte e quatro anciãos que possuem “coroas de ouro” em suas cabeças saem do trono, se ajoelham diante daquele que está assentado no trono, jogam suas coroas diante do trono e dizem:
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”. (v.11).
Uma visão do trono de Deus só é possível quando isso acontece. O trono de Deus é muito mais do que um objeto celestial, mas um entendimento, um estilo de vida, uma decisão de se viver a vida em que Deus seja Soberano e Senhor de tudo e que nada e nem ninguém vai alterar o seu domínio. Depois que Jó teve esse entendimento disse: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado”. (Jó 42.2). E reconhece em seguida que sua compreensão sobre Deus era pequenas, mas depois que contemplou o trono de Deus, disse: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem”.
Que Deus te ajude a sair dessa prisão mundana de uma sociedade rebelde ao seu próprio criador. E que você, caro cristão, se refugie diante do trono de Deus.