TEXTO BASE: ver 2 Coríntios 3.3-9
Olhando para o texto percebemos rapidamente o contraste que o apóstolo Paulo faz entre a Antiga Aliança e a Nova Aliança. Bem como também uma interpretação errada muito antiga é completamente desmontada aqui quando lemos o contexto. Pois em momento algum o apóstolo Paulo queria dizer que a Escritura ou a Bíblia fosse prejudicial para a vida espiritual do cristão. Mas que a Lei divina trazia morte a todos nós, enquanto que o Evangelho trás vida. Esse é o entendimento correto da frase “a letra mata, mas o Espírito vivifica”. Infelizmente as pessoas adoram a heresia em detrimento da ortodoxia.
A Antiga Aliança foi estabelecida por meio de Moisés, por quem Deus falou e instituiu a sua santa Lei. Foi Moisés, na dispensação da Lei quem editou o Pentateuco, portanto o início do Antigo Testamento, e os demais servos e profetas de Yahveh escreveram o restante. Moisés é quem relata a criação e a queda humana, bem como o plano divino de gerar uma nação que, por meio do Evangelho, temos a informação que viria o salvador, o redentor, que é Cristo.
A Nova Aliança foi instituída por Jesus Cristo, por quem Deus se fez presente e habitou entre nós (ver Jo.1.1-3,14,17). Nessa aliança Deus decide colocar sua justiça sobre seu filho Jesus Cristo (ver Rm.3.21-26). Para que a vida prevalecesse sobre a morte (ver Rm.6.23).
Assim, não é a minha justiça que me salva ou que me redime perante Deus, mas a justiça de Cristo. Pois ele foi quem a cumpriu a pena da Lei e obedeceu para que tornemos justos perante Deus (ver Rm.5.18,19). Por isso precisamos decidir quê ministério queremos estar debaixo: da morte ou do Espírito?
1) O ministério da morte revela nossa situação.
E temos algo interessante aqui, pois é no relato da letra, isto é, da Antiga Aliança, que encontramos o conhecimento de nossa queda e pecaminosidade (Gn.3.19; 6.5) mencionado e brilhantemente explicado por Paulo (Rm.5.12-14). Bem como a origem do “ministério da morte” mencionado por Paulo aqui em nosso texto base. Encontramos isso na advertência divina a Adão, cabeça da primeira família da terra (Gn.2.17).
Diante dos fatos não quero aqui dizer que a Antiga Aliança fosse, seja mau, pelo contrário, a lei divina é boa, justa e santa (ver Rm.7.12). Literalmente a letra não mata, o que mata é a nossa incapacidade de cumpri-la por causa de nossa pecaminosidade herdada de Adão. Por isso Paulo chama também de “ministério da condenação” (2Co.3.9). A Lei (a letra) nos mata porque em nossa pecaminosidade vindo a Lei o que cometemos vira uma infração penal (ver Ez.18.20). Sendo que Adão e Eva foram os únicos a pecarem por escolha e não por influência da pecaminosidade, todos nós pecamos por sermos escravos do pecado (ver Rm.7.14). Deus colocou a sua Lei em pedras para nos revelar que estava assim o nosso coração: uma pedra, embora o que nele estava escrito fosse santo e justo. A Lei revela o caráter de Deus (santo e justo), enquanto que a pedra, o nosso coração, revela nossa situação: duros como uma pedra.
2) O ministério do Espírito muda a nossa situação.
Na Nova Aliança, Deus escreve sua Lei não em tábuas de pedra, mas agora de carne, em nossos corações (2Co.3.3). Assim, a Lei divina, o seu conteúdo moral, ético é impresso em nossas mentes e escritos em nossos corações, conforme profetizado pelos profetas, por obra do Espírito Santo (ver Ez.36.26,27; Jr.31.33). Removendo o coração petrificado e colocando um coração apto para fazer a vontade de Deus.
Enquanto que estávamos mortos nos pecados e delitos ele nos deu vida (Ef.2.1) e pela sua graça fomos salvos, mediante a fé (v.8) e Deus nos molda, ajusta ao caráter de seu filho (v.10).
3) O ministério da morte gera soberba no coração.
Quando o apóstolo Paulo diz que “a letra mata” é nisso que está o foco: a confiança em si mesmo, na sua própria justiça, e que por isso a humanidade inteira é enganada. Jesus foi bem claro quando os discípulos lhe perguntaram: “Sendo assim, quem pode ser salvo?”. (ver resposta dele Lc.18.26,27). A própria Antiga Aliança já revelava isso (ver Ec.7.20); e foi claramente exposto na Nova Aliança (ver 1Jo.1.8,10). Revelando que quem se coloca debaixo do ministério da morte para obter salvação ou se exibirem como justos estão debaixo de maldição (ver Gl.3.10). Por isso que tanto Deuteronômio (28.1-45) como Malaquias (3.8,9) falam da maldição. A finalidade da Lei divina não foi nos ensoberbecermos de nossa justiça, mas nos levar a Cristo (ver Rm.10.4).
4) O ministério do Espírito produz humilhação.
Quando o mesmo apóstolo diz que “o Espírito vivifica” está dizendo que somente Deus, por meio do seu Espírito, pode produzir em nós um sentimento de humilhação, de senti o nosso pecado, de decisão pela santidade! (ver Tg.4.4-10). Onde o coração não mais petrificado está pronto para iniciar o novo caminho.
CONCLUSÃO
Toda humanidade está debaixo de maldição, do ministério da morte, da condenação. Temos de Adão o legado de filhos da ira, velho homem, velha natureza, velha criatura. Entretanto, nem todos estão debaixo da graça salvadora, do ministério do Espírito, que têm o legado de Jesus, filhos da luz, novo homem, nova natureza, nova criatura. Você quer ficar no mistério da morte ou quer entrar no ministério do Espírito? (ver Ef.2.12-18). Confesse que é pecador e se entregue a Jesus. Tenha uma nova vida!