Israel não estava apenas derrubando muros de pedra diante deles, mas uma barreira muito grande entre eles e Deus. Lembremos aqui que, quarenta anos antes desse evento, o povo havia duvidado de Deus. E por isso ficaram vagando pelo deserto até que aquela geração passasse. O povo de Israel estava diante de Jericó como estamos diante de nossos próprios erros e barreiras que colocamos diante de Deus.
Vejamos bem, toda aquela nova geração não havia se circuncidado ainda, só depois que atravessaram o rio Jordão foi que fizeram isso (cf. Js.5). Passaram pela mesma prova dos espias (cf. Js.2). Passaram pelas águas novamente atravessando o rio Jordão (cf. Js.3). E mais uma vez estavam ali diante do mesmo obstáculo: Jericó – Canaã.
Aprendamos isso hoje: Deus nos faz passar por barreiras diante de nós para que possamos quebrar a que estão dentro de nossos corações. Os muros de Jericó eram pequenos diante da muralha da falta de confiança do povo de Israel em Yahveh.
Talvez estamos assim em muitas situações de nossas vidas. Achando que uma barreira que está diante de nós e grande de mais. Quando na verdade tem uma bem maior dentro da gente.
1. Somente com a perseverança compreendemos o agir de Deus.
“Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias. Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifre de carneiro adiante da arca; no sétimo dia, rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas”. (v.3,4)
O que Israel ia fazer com homens de guerra cercando um cidade murada, fortíssima sem nenhuma arma poderosa para vencer os muros de Jericó? Sem nenhuma tática de guerra para conseguir ultrapassar aqueles muros? Numa compreensão militar, andar em círculos seria uma total perca de tempo. Contudo, Deus estava ali ensinando o povo de Israel a confiar nele através da perseverança. Eles ficaram ali por seis dias deram uma volta sobre Jericó. E no sétimo dia circularam sete vezes. Tudo isso para trabalhar a perseverança, até que Deus viesse com seu poder.
Olhemos para os discípulos de Jesus aguardando o revestimento de poder. Quantos dias tiverem que esperar? Olhemos para Naamã, que teve de se banhar sete vezes num rio que ele considerava inferior ao que ele se banhava. Porém, perseverando, foi curado.
2. Deus nos ensina a ter desapego de tudo, pois tudo passa, mas ele permanece.
“Tão-somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o arraial de Israel e o confundais”. (v.18). Numa versão mais atual diz: “Mas não peguem em nada daquilo que vai ser destruído. Se ficarem com qualquer coisa que eu mandei destruir, vocês vão trazer desgraça e destruição ao acampamento israelita”.
O povo de Israel tinha o costume de tomar o despojo de guerra para si. Porém, Deus não permitiu que dessa vez eles ficassem. Nem mesmo o ouro e a prata, tiveram que levar ao templo de Yahveh, confira o verso 19. Todos os objetos de valor deveriam ser consagrados (separados) a Deus.
Tudo nessa vida passa, e as vezes nos apegamos tanto que aquilo que temos apego acaba tomando o lugar de Deus. Precisamos entender que Deus é o único que fica para sempre. Os bens materiais vão-se com o tempo. Os parentes queridos partem. Mas, Deus permanece. Precisamos entender isso: Deus é tudo em nossa vida. As demais coisas são bênçãos dele e não ele.
Olhemos para prova que Deus fez com Abraão ao pedir o seu filho Isaque. Abraão tinha recebido de Deus a benção de ter um filho (Isaque) na sua velhice, mas, logo depois pede a Abraão que o dê em oferta como sacrifício. Abraão confiou incondicionalmente em Deus, que proveria outra oferta ou que o ressuscitaria dentre os mortos.
3. Não bastam apenas trombetas tocando, mas almas gritando por Deus.
“Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas. Tendo ouvido o povo o sonido da trombeta e levantado grande grito, ruíram as muralhas, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e a tomaram”. (v.20)
Deus deixou para destruir os muros daquela grande cidade com o grito humano. Não apenas instrumentos musicais tocando. Coisas mecânicas não funcionam no agir Deus. Podem até ajudar, mas o que Deus queria ouvir era o clamor de Israel. Homens depositando toda a sua motivação, confiança e estima em Deus. Nisso, Deus fez as muralhas caírem por terra.
Olhemos para o cego Bartimeu, quando deu o grito de sua alma foi que parou Jesus. E mandando-lhe chamar o curou.
4. A nossa confiança deve ser sempre em Deus.
“Naquele tempo, Josué fez o povo jurar e dizer: Maldito diante do SENHOR seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; com a perda do seu primogênito lhe porá os fundamentos e, à custa do mais novo, as portas”. (v.26) .
O povo pôde ver a altura e a largura daquela cidade. Ficaram impressionados com a força do braço humano, da capacidade de fazer uma obra de engenharia tão magnífica. Conta os pesquisadores bíblicos que os muros de Jericó dava para passar um carro.
Por mais que tenhamos tecnologia, força, inteligência, capacidade para realização de tantas coisas. Devemos nos desprender a confiança nisso tudo, e partir para confiarmos em Deus. Aquele que tem o poder de fazer tudo. A dependência de Deus é a maior lição que temos na vida espiritual.
Olhemos para o pequeno Davi diante do Golias. A beleza e altura do rei Saul não foi capaz de confrontar o gigante. Foi quando Deus mandou o pequeno Davi para que Israel pudesse confiar em nEle.