quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

POR QUE É DIFÍCIL OUVIRMOS A VOZ DE DEUS E OBEDECERMOS?

Leitura obrigatória: Salmo 29.1-11

Discernir a vontade de Deus e obedecer a ela é uma das tarefas mais difíceis para nós que somos servos de Deus. Quantas vezes nos envolvemos em programas e atividades sem antes fitar nossos olhos nas mãos do Senhor para receber um sinal de aprovação?

Vários servos de Deus tropeçaram nisso. Ninguém viu Davi no tabernáculo consultando a Deus para saber se deveria ficar em casa ou sair para guerra com seu exército. As conseqüências foram gravíssimas. Nosso irmão Jonas ficou feliz da vida quando chegou ao porto e lá estava ancorado um navio de Társis, carregando mercadorias para viagem de volta. A mão do seu Senhor já havia indicado outro destino, mas o profeta não achou muito atraente a proposta divina. Precisou fazer um passeio forçado de baleia para mudar de idéia.

Creio que há várias razões que respondem a nossa pergunta:


1) Damos pouco valor a momentos de quietude e reflexão, como aquele onde Maria se pôs aos pés de Jesus para ouvir seus ensinamentos. Achamos mais espiritual nosso ativismo religioso, nos rende reconhecimento pelas boas obras realizadas. Porém, nada de ouvir a voz de Deus. Assim como Marta (ver Lc.10.38-42).

2) Poucos sabem fazer calar e sossegar a alma como Davi sabia (Sl.131.1-3) e esperar no Senhor para receber uma orientação segura. Nossa alma mais parece o Mar da Galiléia, agitada pelos ventos da ambição e interesse próprio, ou pelas idéias e exigências dos outros.

3) Temos pouca experiência em discernir a voz de Deus, e por isso a confundimos com a voz da nossa própria alma (Jr.17.9).

4) Não fazemos uso o suficiente da Palavra de Deus para que o Espírito Santo possa nos orientar através dos princípios e padrões já estabelecidos nela (Mt.22.29; Ef.6.17).

5) Falta-nos o costume de submeter nossa vontade a vontade do Senhor, cada dia, hora e momento da nossa vida. Acabamos confundindo livre arbítrio com libertinagem (Gl.5.13).

6) Andamos muito ansiosos, preocupados de mais com a vida (Fl.4.6).

7) Muitos crentes acabam se moldando com o mundo, impedindo assim de discernirem qual seja a vontade de Deus para as suas vidas (Rm.12.2).

8) A falta de caminhada no Espírito Santo (Gl.5.16-23). Que é diferente de ter “espiritualidade”. Hoje em dia, espiritualidade ficou muito parecida com o termo “religiosidade”. Andar no Espírito com o “E” maiúsculo, é ter uma espiritualidade direcionada e submissa ao Espírito Santo. Religiosidade é uma auto-espiritualidade, uma independência do Espírito Santo.

9) Um coração endurecido (Ef.4.17-24). Faraó não ouvia a voz de Deus, mas a de Moisés. O coração dele estava endurecido por algo divino partir de uma pessoa que defendia os escravos dos deuses do Egito. Por uma raça que ele subjugava com trabalhos forçados.

10) Deus é espírito (Jo.4.24), invisível (1Tm.1.17). Ele está muito relacionado a nossa fé (Hb.11.6). Quando a fé nos falta, não escutamos a Deus. A fé é muito ligada também à fidelidade: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR”. (Dt.6.4). A palavra hebraica inicial dessa frase é “Shemá” que significa “ouvir”, “escutar” ou “obedecer”. A fidelidade é um fruto do Espírito Santo (ver Gl.5.22), no N.T. grego: “pistis” usada também, em suas variações, para designar “fé”: Uma convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas divinas. A “apistia” (incredulidade, falta de fé, descrença, fraqueza de fé) nos impede de ouvir a voz do Senhor.