segunda-feira, 13 de agosto de 2018

JOIO OU TRIGO? TEMPOS ESPÚRIOS!

TEXTO BASE: Mateus 13.28b, 29 – “Mas os servos lhe perguntaram: O Senhor quer que a gente vá e arranque o joio? O dono da casa respondeu: Não! Porque, ao separar o joio, vocês poderão arrancar também com ele o trigo”.

Estamos vivendo um período da história da igreja em que o “pseudo” predomina muito ainda. A cada instante temos pessoas aparecendo no cenário evangélico afirmando serem cristãos evangélicos, vemos denominações também surgirem apresentando-se ser de linha evangélica, entretanto, há certos elementos inseridos na liturgia, na doutrina e na conduta das pessoas que não condizem com o que é ser cristão e muito menos evangélico.

Minha missão na entrega dessa mensagem é trazer reflexões sobre certos atos contidos no texto base que nos mostram os fatores determinantes que diferenciam o joio do trigo: a honra, o juízo divino e a maturidade.

1º PONTO: “Mas os servos lhe perguntaram”. O combustível de toda obediência e submissão é a honra.

Vivemos tempos onde às pessoas não querem dar satisfação de nada de suas vidas a ninguém. Nem filhos aos pais, nem os casais entre si, nem aluno a professor, nem membro ao seu pastor, nem lideranças aos seus líderes, etc.

Note na frese de Mateus 13.28 que os servos perguntam ao seu senhor o que fazer. Temos aqui uma lição muito importante de submissão à autoridade. Será que estamos dispostos a agir como esses servos? Será que não precisamos de ninguém sobre nós para que possamos perguntar o que fazer? Veja bem, pois quando não há, é o primeiro sinal de que perdemos a qualidade de ser trigo de verdade. A falta de limites no realizar das coisas, quando tudo o que fazemos é de livre decisão nossa sem qualquer permissão de outro ou aferição se é certo e errado podemos está vivendo como joios (o falso trigo) e nem se quer nos dar conta disso. Exemplo: “Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas;” (Judas 1:12 ARA o grinfo é meu).

Eu estava essa semana refletindo sobre o trabalho voluntário. E vinha em meus pensamentos a reflexão: quando as pessoas trabalham e são pagas elas fazem aquele determinado serviço pelo valor combinado a ser pago pelo serviço. E quando nos voluntariamos? Onde está o valor? Veja que a Bíblia mandava os escravos obedecerem aos seus senhores com sinceridade de coração como se fosse a Cristo (Ef.6.5). Imagine você, aqueles escravos sendo pagos ou não, a ênfase que Paulo dava a eles era que fizessem aquilo como se fosse pra Jesus. Assim o valor do trabalho voluntário é honrar a Deus. Veja que os filhos são estimulados a obedecerem aos pais pela honra que lhes devem (Ef.6.1,2) o mesmo se aplica a Deus. Frase importante: “A obediência é o dever, a honra é a disposição da qual nasce a obediência”. (Salmond). Assim, o combustível da submissão ou obediência é a honra. Se alguém acha que o “homem” não deve ser honrado, deveria ler Hb.13.17. Paulo fala das mulheres serem submissas aos seus maridos como ao Senhor (Ef.5.22) e filhos obedecerem aos pais no Senhor (Ef.6.1).

2º PONTO: “O Senhor quer que a gente vá e arranque o joio?”. Se os anjos de Deus aplicassem o juízo divino agora seríamos achados como trigo ou joio?

Precisamos entender que aos anjos foi dado o poder de executar o juízo divino sobre os homens. Observe que a referida parábola atribui o significado dos “servos” aos anjos de Deus (ver Mt.13.39). Eles têm o poder de fazer isso. Irão executar o juízo divino no momento apropriado. O fato é que eles fazem isso! Será que subsistiremos ao crivo dos anjos? O próprio Satanás age querendo fazer isso. Louve a Deus porque você tem Jesus a rogar por ti (Lc.22.31,32). Os anjos de Deus são os aferidores da obediência e da submissão (1Co.11.10; 1Tm.5.19-21; Hb.12.22). E Satanás, mesmo anjo caído, usufrui de seus méritos angelicais, pois os dons e as vocações divinas são irrevogáveis (Rm.11.29), para nos acusar. Por isso ele é chamado de “diabo”, do grego “diabolos”, isto é, “o autor da maldade, que persegue pessoas do bem, criando inimizade entre a humanidade e Deus”. James Strong. Entretanto, são os anjos de Deus que aplicam o juízo divino e não Satanás, este apenas nos acusa. Porém os anjos de Deus são os que detectam o mal, as obras de Satanás, e agem sob a permissão divina, para executar o juízo. 

Veja o que eles fizeram a Sodoma e Gomorra, onde mesmo com a intercessão de Abraão, o juízo sobreveio àquela cidade poupando apenas Ló (Gn.18.20-33). Jesus disse que sua vinda seria semelhante aos tempos de Ló. (Ver Lc.17.28-30). Veja o que Paulo fala sobre o juízo divino no meio da igreja de Corinto (Ver 1Co.11.29-32). Veja o que Pedro fala sobre o juízo divino sobre a igreja por meio da perseguição (1Pe.4.17,18).

Graças a Deus que nada nos separa do amor de Deus, se caso sejamos os seus eleitos! (Rm.8.33-39). E como eleitos, devemos nos portar como tais! Trigo. Simples assim. E o juízo divino recolherá o trigo no celeiro e o joio será posto no fogo.

3o PONTO: “O dono da casa respondeu: Não! Porque, ao separar o joio, vocês poderão arrancar também com ele o trigo”. Somente a maturidade definirá quem é quem.

Em meu livro CADIC – Equipando Discipuladores na página 9 escrevi:

“Em Mateus 13.24-30 encontramos mais outra vez Jesus explanar sobre o ciclo de vida espiritual em que falamos aqui. Temos a boa semente: o trigo (o discípulo, ver v.38); o campo (o mundo, ver v.38) e a erva daninha: o joio (o ímpio, ver v.38). O semeador é Jesus (v.37) e o inimigo é o Diabo (v.39). Vemos aqui uma exposição ilustrativa do verdadeiro discípulo de Jesus. Em que, embora o joio pareça-se com o trigo, quando se aproxima da colheita fica fácil de identificar e arrancar o joio. Isto é, quando se aproxima a colheita, mais o joio se distingue do trigo; mais o trigo se distingue do joio e fica firme ao chão. Ao fazer a colheita, quem é arrancado primeiro é o falso trigo (é assim também chamado o joio), pois suas raízes logo se soltam e suas espigas ficam diferentes do trigo quando maduras. Assim, o caminho da maturidade espiritual do discípulo de Cristo é rumo à ponta da pirâmide. Onde no fim ele tende a se tornar um fazedor de discípulos, mediante a maturidade espiritual fica cada vez mais firme na fé e quando Cristo vier ele resplandecerá como o sol no reino de seu Pai (v.43). Já o que se fecha ao chamado de Cristo, o tempo vai deixando ele mais solto, o seu fruto diferente do trigo e o seu fim é a morte eterna. (Ver v.40-43)”.

Veja que o trigo e o joio são semelhantes no início da colheita. Entretanto, chegará o momento em que não se terá mais dúvidas entre o que serve a Deus e o que não serve. Chegará a época em que a iniquidade revelará facilmente os ímpios e a santidade e as obras de justiça definirá os justos. Por isso que Jesus diz:

“Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.” (Apocalipse 22:11-13 RA)

Queridos, não se enganem e nem enganem aos outros. A maturidade será determinante de quem nós somos.

Veja o que Jesus fala sobre a parábola da Videira Verdadeira, o que ele diz o que acontece com os ramos que não dão fruto? (ver Jo.15.2,8). Quem é o agricultor? O que alegra o agricultor? (ver Jo.15.8).

Veja o que Jesus fala sobre a boa terra? No meu livro, idem, eu prossigo na comparação: 

“Em Lucas 8.5-8 Jesus conta uma parábola onde o semeador saiu a semear. Encontramos quatro situações nesse trabalho do semeador: 1) a semente caiu pelo caminho. 2) a semente caiu sobre pedras. 3) a semente caiu no meio dos espinhos e 4) a semente caiu em boa terra (o discípulo). Essa última é a que Jesus considera como resultado apropriado. A reprodução! Na sua explicação da parábola aos seus discípulos ele diz que: “a que caiu em boa terra são os que, ouvindo a palavra com o coração honesto e bom, conservam-na e dão fruto com perseverança”. (idem v.15 AXXI). Mais uma vez temos aqui o fruto como resultado de uma ação divina onde a boa terra foi agente do milagre que, embora as outras terras tenham nascido aonde a semente que foi lançada, não frutificaram, pois elas não cooperavam com a semente. A boa terra aqui é determinante em nos revelar quem é o discípulo de Jesus”.

Ver figura demonstrativa de evolução do clico de vida espiritual: