O contexto deste versículo nos revela a preocupação de Paulo com a igreja em Filipos, demonstra o seu amor missionário pela obra de Deus. O grande cuidado que ele tinha como missionário e implantador de igrejas por vê-las bem e fortalecidas no Senhor Jesus.
Paulo se preocupa tanto por essa igreja que tem o cuidado de enviar alguém que tenha o mesmo sentimento que o dele pela igreja: Timóteo. Ele diz no verso 20: “Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado”. Verdadeiramente esses homens de Deus estavam com o coração voltado para o reino de Deus e sua justiça.
O verso que lemos do texto principal me deixou intrigado. Percebi que mesmo na igreja primitiva, com toda a chama ardendo no peito, sinais, maravilhas, a ressurreição e ascensão de Cristo bem recente, mesmo assim, ainda havia pessoas preocupadas apenas com os seus próprios interesses. Será que Paulo exagerou? Ou será que Paulo estava se referindo no modo geral? Em que as pessoas mundanas e sem Deus procuram apenas o que é de seu interesse e não do interesse de Cristo?
Na Bíblia de estudo NVI comenta: “Nítido contraste entre Timóteo e os demais colegas de Paulo – elogio notável para uma pessoa tão jovem”. Pelo visto muitos irmãos estavam focados naquele momento em seus próprios interesses, enquanto que Timóteo era o único disponível.
Trazendo essa passagem bíblica para a nossa realidade hoje? Teremos quantos disponíveis? Será que teremos pelo menos um entre nós que esteja buscando os interesses de Jesus Cristo? Quais sãos os assuntos do interesse de Jesus? Como devemos lhe dar com o que é do nosso interesse com o que é de interesse de Cristo? Como equilibrar essas realidades sem que venhamos a negligenciar a nós mesmos ou a Cristo? São perguntas que merecem respostas. E é nessa direção que vamos seguir a mensagem. Vejamos:
1) Não é pecado buscarmos o que é de nosso interesse.
As vezes somos mal interpretados em nossas palavras. E não quero que isso ocorra aqui nessa mensagem. Deus nos deu uma vida para cuidar, para que fizéssemos uso dela e alcançássemos os objetivos que traçamos para nossas próprias vidas. A Bíblia diz: “...é dom de Deus que possa o homem comer, beber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho”. (Ec.3.13b).
Que Deus abençoe nossas vidas, que possamos ter várias conquistar pessoais. Isso também é importante e Deus se alegra conosco quando reconhecemos que tudo que temos e somos veio como dádiva dele. A Bíblia diz: “De Sião te abençoe o SENHOR, criador do céu e da terra!” (Sl.134.3).
Aquilo que é de nosso interesse não pode ser negligenciado, se há boa fama, se há pureza, Deus abençoará com certeza. E buscar isso não vai nos tornar cristãos negligentes ou relapsos.
2) Não podemos negligenciar as coisas do interesse de Cristo.
É aqui onde mora o problema dos colegas de Paulo na obra de Deus. Eles estavam buscando aquilo que era do interesse próprio deixando de lado aquilo que era do interesse de Jesus. Nunca, jamais façamos isso, pois estaremos deixando de ser aquilo que deveríamos ser: embaixadores de Cristo. O próprio Paulo nos chama assim. Ele escreveu: “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio...”. (2Co.5.20). A coisa estava tão difícil para Paulo que ele escreveu para Timóteo dizendo: “Estás ciente de que todos os da Ásia me abandonaram; dentre eles cito Fígelo e Hermógenes”. (2Tm.1.15).
3) Conhecendo aquilo que é do interesse de Cristo.
Talvez você não saiba, mas existem coisas do interesse de Jesus. E que ele deseja que venhamos a buscar satisfazer os interesses dele. Ele não fundou a sua igreja, e deu poder para que as portas do inferno fossem derrotadas por nada. Foi para realizar obras de seu interesse. Vejamos algumas coisas que são do interesse de Jesus:
a) Ele tem o interesse que façamos discípulos, seguidores dele em toda parte. Foram estas as suas palavras: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. (Mt.28.19-20). Observemos as palavras que se destacam aqui nas palavras de Jesus: Fazei discípulos, batizando-os, ensinar a guardar todas as coisas. É notavelmente do interesse de Cristo que façamos com que outras pessoas se tornem seus seguidores. E que venhamos levá-los ao cumprimento do batismo e que nos preocupemos com a área de ensino da igreja. Para que os seus discípulos fossem instruídos de um forma que nenhuma doutrina ficasse de fora do conhecimento da igreja.
b) Ele tem o interesse de salvar a humanidade.
Como salvador, Jesus, o seu próprio nome resume-se em salvação. Ele foi enviado pelo Pai para isso. E na qualidade de salvador busca cumprir o seu objetivo. Ele nos disse: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. (Lc.19.10). Paulo escreveu a Timóteo dizendo: “Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. (1Tm.2.3,4).
c) Ele tem o interesse que sejamos unidos.
Ser unido é estar juntos, com um propósito, em comum acordo. A igreja local deve buscar satisfazer o interesse de Jesus pela unidade de igreja. Ele pediu isso ao Pai: “Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti... E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado a eles como me tens amado a mim”. (Jo.17.20-23). Observemos que a unidade da igreja vem pela palavra, a mensagem pregada, e também vem pela glória de Deus derramada sobre nós. Quanto mais buscarmos a Palavra e a glória de Deus em nossas vidas, mais estaremos unidos e mais rápido o mundo conhecerá a Cristo. Isso é do interesse de Jesus.
4) Colocando os nossos interesses abaixo de Cristo.
Para finalizarmos, não podemos jamais sermos chamados de cristãos se não subjugamos aquilo que é do nosso interesse ao interesse maior que é de Cristo. Ele foi bem claro na porta de entrada da fé que abraçamos: “...Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me”. (Lc.9.23). Meu irmão, se essa renúncia não ocorreu lá na entrada da fé que abraçamos, veja lá se você realmente está no caminho. Pois é bem na entrada da fé que isso deve acontecer conosco.
O interesse menor vai ter que ceder ao maior, não vai dar para buscarmos ambos os interesses na mesma proporção sem que uma das partes tenha que ser renunciada. Qual é a parte que você escolhe como maior?
Colocando os seus interesses na menor parte não quer dizer que você vá negligenciar os seus interesses, mas, controlá-los. Pois nossos interesses são egoístas. Pela natureza pecaminosa que adquirimos, somos inclinados automaticamente à uma busca egoísta e de glória própria. É uma sedução que Deus não quer que o cristão caia. Por isso, para os interesses pessoais venham ser controlados, eles precisam está abaixo dos interesses de Cristo. Ele fez uma reflexão que serve para todos nós hoje: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lc.6.46). Ele considera seus amigos aqueles que buscam satisfazer os interesses dele: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando”. (Jo.15.14). Pense nisso!
"E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou". 2Co.5.15
"E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou". 2Co.5.15