quinta-feira, 10 de abril de 2008

SÓ COMO CRIANÇAS ENXERGAREMOS O REINO DE DEUS


Texto base: Marcos 10.13-16

Quando minha filha era mais nova, eu brincava com ela de mágica. Fingia que jogava seus brinquedos para o teto, quando na verdade guardava-os por trás de mim. E lembro-me que ela ficava com os olhos fitos para o teto crente que eles desapareciam no ar. Minutos depois eu os fazia cair com um rápido manuseio de troca de mão. E novamente lá estava ela crente de que ao meu comando aqueles brinquedos retornavam do teto.

No mundo de hoje as pessoas vão perdendo a cada geração que passa essa pureza e inocência de acreditar nas coisas, nas pessoas, em algo que está além de nossa compreensão. Em nome da "razão" estamos sacrificando toda a nossa inocência, pureza, credibilidade e teísmo. Assim, a cada década, vamos deixando de ser criança, e muitos ainda que crianças fisicamente já se comportam como adultos.

Na passagem bíblica acima percebemos que os discípulos de Jesus repreendiam os pais que traziam crianças até ele (v.13). Por que eles agiram assim? Porque achavam as crianças pequenas de mais para entender a mensagem do Evangelho? Ou porque atrapalhavam ou incomodavam Jesus? Por que elas foram colocadas por Jesus como ponto de referência e porta de entrada para o Reino de Deus? Esses questionamentos podem ser respondidos, basta apenas prestarmos atenção na pessoa da "criança". Como é uma "criança"?


A criança é inocente

Cristo leva os discípulos a entenderem que a inocência não pode ser repreendida, mas valorizada. A inocência deve ser resgatada e guardada por nós. Vivemos num mundo cheio de malícia e engano. Se realmente queremos entrar e perceber o reino de Deus entre nós, precisamos lutar contra a malícia e o maquiavelismo que atua em nosso ser constantemente. A Palavra de Deus nos recomenda a sermos crianças na malícia (1Co.14.20).

A criança é pura

Jesus repreende seus discípulos porque afastavam as crianças de sua presença. E o que devemos afastar de Sua presença deveria ser nossas impurezas. Isso é o que incomodava Jesus. Ele colocou a criança no meio deles para mostrar que devemos colocar a pureza em nossas vidas se queremos estar com ele.
“Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”. (Is.59.2)
“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”. (Mt.3.2).
Nota importante: O reino de Deus sempre esteve perto do homem. Seus pecados é que o impedem de perceber.
“Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus”. (Lv.20.7).

A criança é crente

Ao direcionar a figura da criança, Jesus revela aos seus discípulos bem como a nós que devemos acreditar na sua Palavra, se queremos entrar e ser participantes do Reino de Deus. A porta de entrada para o céu tem uma chave – a FÉ. A linha de conexão com o Reino de Deus é a FÉ. Jesus tomou a criança como o melhor modelo de FÉ. Porque ela não duvida. Ela acredita e permanece crendo. Mesmo que as afirmações sejam as mais misteriosas ou incompreensíveis de entender.
O nosso mundo não tem mais verdade absoluta. As pessoas vão ficando cada vez mais céticas e sem fé. Tudo é “relativo”. Estamos se aproximando do período de ausência da fé, do período da apostasia (abandono da fé e rebelião contra Deus). A cada dia precisamos voltar a ser criança.
“Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1Jo.5.5).
“Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna”. (Jo.6.47).

A criança é dependente

Jesus quis também ensinar a seus discípulos que devemos viver na dependência de Deus. A criança quando nasce, e ainda por um tempo, fica dependendo de nós para tudo. Não devemos nos orgulhar e acharmos que somos alguma coisa ou que não precisamos de Deus e que estamos livres totalmente para fazermos o que der e vier. Isso é uma triste ilusão. O nosso livre arbítrio tem um limite que chama-se: Soberania de Deus.
“Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim; tu és o meu amparo e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu!”. (Sl.40.17).
“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. (Jo.15.5).

A criança é chorona

Quando Cristo toma a criança como exemplo, Ele deixa para nós aquilo que move o coração do Pai celestial – o choro do filho. Os pais que amam seus filhos não deixam que chorem por muito tempo. O choro move seus corações. Cristo nos revela ao focalizar a figura da criança que Deus se comove quando seus filhos choram e clamam por socorro ou por algo que necessitam.
“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos”. (Is.57.15).
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”. (Sl.51.17).
“Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido. Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra”. (Sl.34.18,19).