segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A HISTÓRIA DO CENTURIÃO (OFICIAL DO EXÉRCITO ROMANO).



Mateus 8.5-13 / Lucas 7.1-10

“Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo. Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado. Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz. Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta. Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado.” (Mateus 8:5-13 ARA)

“Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum. E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte. Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo. Estes, chegando-se a Jesus, com instância lhe suplicaram, dizendo: Ele é digno de que lhe faças isto; porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga. Então, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa. Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado. Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz. Ouvidas estas palavras, admirou-se Jesus dele e, voltando-se para o povo que o acompanhava, disse: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta. E, voltando para casa os que foram enviados, encontraram curado o servo.” (Lucas 7:1-10 RA)

Começamos nossa mensagem com uma aparente contradição dos textos, enquanto que Mateus se foca na representatividade, isto é, em que o centurião (oficial do exército romano) se representava pelos anciãos (líderes que dirigiam as sinagogas) que foram ter com Jesus. Lucas dar o detalhe da representação.

Esta história é muito bonita, temos aqui uma pessoa realmente que não pensa só em si mesmo, nesta época os centuriões eram muito vistos no meio da palestina. Roma dominava toda a região, incluindo todas adjacências da palestina. Na verdade, a palestina era só um pequeno pedaço do domínio de Roma. O fato é que esse centurião em particular havia se voltado para o culto ao Deus de Israel, o Eterno. E também sabia sobre Jesus, e observava o bastante para ver nele um investimento de autoridade semelhante a dele. Só que a de Cristo era espiritual.

Essas passagens bíblicas nos trazem lições que eu não poderia deixar de compartilhar. Desejo muito que Deus fale com você através desta mensagem. Então vamos as lições:

1a Lição: O temor, a devoção a Deus rompe com as diferenças sociais.
Note que aquele centurião não desprezou seu servo doente. Algo muito comum entre os romanos. Diz que os romanos examinavam todas as suas posses. E aquilo que estava quebrado, velho, era desprezado. O mesmo se aplicava aos seus escravos. Todavia, o centurião foi procurar Jesus para trazer-lhe a cura. Uma época muito difícil aquela. A medicina muito rasa, as pessoas tinham que apelar para o sobrenatural na hora de suas enfermidades. Aquele centurião percebeu em Jesus uma representação de autoridade divina e não perdeu tempo em procurá-lo em favor de seu servo.

Veja você, quantas diferenças sociais existem hoje em nossos dias? Acredito firmemente que se tivermos temor e devoção a Deus essas diferenças sociais serão diminuídas. As pessoas vão pensar mais no próximo. O que temos muito hoje é justamente o contrário. As pessoas mais e mais preocupadas consigo mesmo. Vivemo uma era egoísta. Tudo efeito de uma sociedade que a cada dia perde o temor e a devoção a Deus.

A Bíblia nos diz: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo [sagrado] é prudência.” (Provérbios 9:10 ARA). Hoje a “sabedoria” é confundida com “esperteza”, “se dar bem”. Entretanto, a sabedoria aqui no texto está vinculada a valores éticos e religiosos. E diga-se de passagem que ser sábio não é “se dar bem” ou “esperteza” é ser prudente. E viver no egoísmo, se preocupando apenas consigo mesmo é uma atitude de total imprudência. Pois somos seres sociais e tudo de ruim que nos cerca e até nos atinge é fruto desta falta de sabedoria. Que segundo este texto e o exemplo do centurião é efeito de temor de Deus.

2a Lição: O que impressiona Deus é você procurá-lo para outra pessoa.
Aquele homem procurou a Jesus não para si mesmo. Onde a maioria das pessoas estavam fazendo assim. E ainda hoje é assim. Mas aquele centurião procurou Jesus para outra pessoa. Isso sim chamou a atenção de Jesus.

Quando buscamos a Deus, oramos pelas nossas causas, pedimos perdão por nossos pecados, mas quando oramos pelo nosso próximo, saímos de nossa zona de interesse e passamos a se importar com os interesses do outro. Isso é bom e agradável Deus.

3a Lição: Você recebe autoridade através da submissão.
Aquele centurião percebeu que Jesus era alguém altamente submisso a Deus. Sendo, portanto, suas palavras e ordens como do próprio Deus. E por isso ele concluiu que só bastava uma palavra de Jesus e o seu servo seria curado.

Esse princípio de submissão presente claramente neste texto é uma grande lição para todos os líderes, sejam de igrejas locais, sejam de instituições seculares. Como toda autoridade é constituída por Deus (ver Rm.13.1-6) quanto mais esta autoridade, seja eclesiástica, seja secular, for submissa a Deus, mas seus subordinados reconheceram sua autoridade. Isso é maravilhoso! Quanta soberba o líder tiver menos ele tem autoridade. As pessoas poderão até lhe obedecer, mas jamais lhe serão submissas! Pois a submissão lida com a “confiança”. Então papai, mamãe, professores, pastores, prefeitos, governadores, sejam submissos a Deus. Quando maior for essa submissão maior será a submissão de seus governados por vós!

4a Lição: No reino de Deus se entra pela porta da fé e não pela porta de igreja.
Aquele centurião não era judeu, mas Jesus disse sobre ele: “Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta. Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus”. (Mt.8.10,11). Assim, pertencer a igreja local não quer dizer que pertencer ao reino de Deus. Os judeus se confiavam que no reino do messias eles seriam entronizados só pelo fato de serem da raça judaica. Enquanto que Jesus mostrou que para entrar no seu reino isso era desnecessário. Somente a fé leva qualquer pessoa a entrar no reino de Cristo. Há várias referências bíblicas sobre essa lição: Ef.2.8,9; Rm.5.1,2; Hb.2.4

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9 ARA).

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.” (Romanos 5:1-2 ARA).

“Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.” (Habacuque 2:4 ARA).

O próprio profeta João Batista afirmava: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.” (Lucas 3:8 ARA).

Seu nome pode estar no rol de membros de uma igreja local, mas não estar no livro da vida. Pertencer a uma igreja local é necessário (ver Hb.10.25; 1Tm.3.15), mas não prova que você está dentro do reino de Deus. É necessário fé, arrependimento, uma fé verdadeira, que resulta espontaneamente em boas obras.

A lição também vai para os parentes daqueles que creem em Jesus. Se você não crê não adianta, o fato de você ser filho, irmão, pai, mãe, etc., de alguém que tem fé, não te introduz no reino de Deus.

5a Lição: A verdadeira fé não se apoia em obras, mas no poder de Jesus.
Aquele centurião não se aproveitou de suas boas obras para reclamar de Jesus alguma recompensa. Ele não barganhou com Deus. Haja vista que tudo de bom que fazemos procede da graça comum de Deus: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” (Tiago 1:17 ARA). Veja que no texto grego a palavra “dádiva” (dosis) quer dizer: “ato de dar, dom, presente”. Levando em conta que no mesmo texto já se fala de “dom” essa “dádiva” se refere ao “ato de dar” e “boa” dar qualidade desse ato. Isto é, “boas obras”. Toda boa obra ou bom ato de dar ou boa atitude humana não provém dele mesmo, mas vem do alto, de Deus. 

O centurião tinha construído uma sinagoga em Cafarnaum. E era uma pessoa que amava os judeus, algo estranho aos romanos, que não tinham um sentimento fraterno para com este povo. Todavia, quando ele procurou Jesus usou da submissão, confiança, da fé.

“E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.” (Gálatas 3:11 ARA).

“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.” (Romanos 3:28 ARA).